Família de traficantes: três gerações envolvidas com o crime

Policiais acreditam se tratar de uma das maiores organizações de traficantes de varejo com atuação no Noroeste Paulista

Policiais civis da Divisão de Investigação Sobre Entorpecente, Dise , pertencentes ao Deic de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, investigam há alguns meses a atuação de uma quadrilha baseada na cidade. Eles acreditam se tratar de uma das maiores organizações de traficantes no varejo do Noroeste Paulista. Os elementos, que foram identificados, movimentavam centenas ou milhares de porções de entorpecentes por dia, em um esquema de trabalho organizado, funcionando em dois turnos .

Geralmente as polícias civil, militar e a guarda municipal apreendiam no bairro João Paulo II os chamados “lagartos” , adolescentes a serviço do tráfico . Eles vendiam as porções para os usuários, trabalhando com pequenas quantidades. Quando um deles era apreendido, rapidamente a organização repunha a mão-de-obra.

OPERAÇÃO

A organização naturalmente tinha um líder, ou patrão como é conhecido. A droga é comprada em grandes quantidades havendo pessoas que subdividiam e embalavam a cocaína. Outros gerenciavam os pontos de tráfico , e ainda tinham terceiros que eram olheiros . Através de investigações conduzidas pela Dise foi possível identificar o líder, que tem 23 anos. Como outros chefes do tráfico , ele jamais participa da venda direta do narcótico, recrutando gerentes e outros para manter o comércio ilícito.

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Muitas vezes os membros hierarquicamente abaixo da quadrilha são presos e o líder foge, pois têm capital acumulado para mudar de vida. Para evitar isso, a Dise se antecipou e conseguiu prender ele e mais dois comparsas do esquema no dia 22 de julho deste ano, quando manipulavam três tijolos de cocaína e mais de 1.800 porções da mesma droga. Na ocasião o trio foi preso em flagrante por tráfico e associação. Eles trabalhavam o entorpecente no extremo sul de São José do Rio Preto, bem longe do Bairro João Paulo II.

Após a prisão do cabeça e de uma das gerentes do tráfico em julho, os policiais prosseguiram as investigações e lograram identificar uma família organizada para fins de tráfico. As diligências apontaram que três gerações, sendo irmãos, esposa, genitor e avó participavam ativamente e com divisão de tarefas no comando do ponto de tráfico, totalizando seis parentes , além de agregados que não tinha vínculo parentesco.

Nesta data a Deic realizou a operação e apreendeu dinheiro provavelmente fruto do tráfico, prendeu temporariamente quatro integrantes, que se somam aos três presos em julho em flagrante e a outros dois indivíduos também preso por tráfico em outras datas. As investigações prosseguem e três pessoas não localizadas são consideradas foragidas, seguindo as diligências para cumprir suas prisões. Até o momento 12 pessoas foram identificadas.